Crescimento ósseo e exercício físico

Crescimento ósseo e exercício físico

 

O expressivo crescimento longitudinal durante a puberdade engloba três distintos fenômenos:

1. Estirão do crescimento, com duração aproximada de dois a três anos, conhecido como pico máximo de velocidade de crescimento, que contribui com mais de 20% na estatura final adulta.

2. Rápida aquisição de conteúdo mineral ósseo, reconhecida como pico de massa óssea, em que o processo de formação sobrepuja o de reabsorção óssea e que se apresenta como um incremento linear durante a infância e um incremento exponencial na segunda década de vida, com maior intensidade entre 13 e 17 anos, sendo a fase crítica o período compreendido entre 14 e 15 anos de idade.

3. Processo de maturação esquelética, que se encerra com o fechamento epifisário.

O GH (Hormônio do Crescimento), conhecido também como somatotrofina, é o peptídeo produzido em maior quantidade pela hipófise anterior, exercendo papel de destaque no crescimento ósseo e dos tecidos moles. O exercício físico pode induzir aumentos significativos do GH na circulação. Por outro lado, durante a puberdade, o exercício físico intenso nem sempre traz benefícios para os adolescentes, particularmente com relação ao crescimento esquelético. O treinamento de força intenso, em adolescentes, acarreta decréscimo nos níveis de GH, sugerindo que esse treinamento pode reduzir o crescimento e comprometer a estatura final.

Embora muito se especule quanto ao fato de o crescimento ósseo ser potencializado pela prática de exercícios físicos, não existem indícios de que isso aconteça. O que se pode afirmar com ampla fundamentação é que as atividades esportivas adequadamente programadas e supervisionadas potencializam a densidade mineral óssea, particularmente durante a adolescência, quando o pico de massa óssea está por ser alcançado.

Os efeitos adversos gerados pelo treinamento físico durante a infância e a adolescência, aparentemente, independem do tipo de esporte praticado, pois o grande destaque é a intensidade do treinamento, com elevado número de repetições e alta sobrecarga imposta ao esqueleto. Entretanto, deve-se salientar que, por vezes, a própria seleção esportiva recruta crianças e/ou adolescentes com perfis de menor estatura como estratégia para obtenção de melhores resultados em função da facilidade mecânica dos movimentos, como é o caso da ginástica artística.

Embora os fatores intrínsecos (herança genética, etnia e sexo) sejam os principais determinantes do metabolismo ósseo (80%), é nos fatores extrínsecos (aspectos mecânicos, hábitos de vida, alimentação, atividade física e uso de medicamentos) que devemos nos deter para modular e estimular o fortalecimento do tecido.

Em relação às modalidades esportivas, as atividades que envolvem maior força de reação do solo relativa ao peso corporal, ou seja, as modalidades de alto impacto, promovem maiores benefícios osteogênicos do que modalidades de impacto moderado, baixo ou mesmo sem impacto.

Além disso, o fortalecimento ósseo dar-se-á principalmente no local ou nas proximidades em que o estresse mecânico foi aplicado. A alta frequência de estímulos pode causar fraturas por estresse, geradas por sobrecarga mecânica repetida. O treinamento exaustivo pode gerar desequilíbrio hormonal, deficiência de estrógeno e consequente enfraquecimento do tecido ósseo. Portanto, sugere-se que um programa de treinamento com objetivo de fortalecimento ósseo focalize a magnitude dos estímulos e os locais ósseos mais frágeis.

Equipe ARC Sports

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